Maqueiro muda o astral da ala de Pediatria de hospital com pinturas nas paredes
Renato
Pereira da Silva é maqueiro no Hospital Municipal Miguel Couto, na Rua
Mario Ribeiro, na Gavea, zona sul do Rio. Renato pinta as enfermarias e
os corredores do hospital com o intuito de tornar o ambiente mais agradável para os pacientes, iniciativa nobre e colorida
Hospitais
costumam ser lugares sem muitas cores nem alegria para a maioria das
pessoas que os frequenta. Mas o clima na ala de Pediatria do Hospital
Municipal Miguel Couto, na Gávea, ganhou um ar bem diferente desde maio.
Com o intuito de tornar o ambiente mais agradável para os pacientes, um
funcionário da unidade de saúde teve uma iniciativa nobre e colorida: o
maqueiro Renato Pereira da Silva, o Renatinho, como é chamado
carinhosamente pelos colegas do hospital, decidiu desenhar personagens
infantis nas paredes de corredores e quartos.
Renatinho,
de 37 anos, trabalha como maqueiro no hospital há 16. Desde que começou
no Miguel Couto, tinha vontade de pintar o setor de Pediatria, porque
achava o ambiente triste e sem cor. Ele conta que em 2008, quando houve
uma mudança de administração do hospital, foram retirados todos os
quadros dos corredores, o que deixou o lugar ainda mais sem referências
alegres. Agora, o maqueiro pediu permissão à enfermaria e ao diretor do
hospital e botou mãos à obra.
“A
minha intenção é deixar um ambiente mais leve e alegre para as crianças
que estão sendo tratadas”, conta o artista. Animadas com a ideia, as
enfermeiras arrecadaram o dinheiro para a compra das tintas. Renatinho
fez apenas um pedido: que fosse comprado o produto sem cheiro para não
afetar o estado de saúde das crianças.
O
maqueiro-artista pensou em tudo. Como os quartos da Pediatria são
divididos pela idade dos pacientes, ele fez desenhos que se adequam
melhor a cada faixa etária. Para os meninos, desenhou super-heróis
famosos entre as crianças, como Thor e Capitão América.
Para as crianças em idade de alfabetização, desenhou uma parede inteira com as letras do alfabeto. As princesas Frozen e Tiana são duas das personagens que colorem as paredes do quarto das meninas. E ele já recebe até encomendas, como a de Isabella Barbosa, de 6 anos. “Agora, eu quero que ele faça a Bela e a Cinderela”, pediu a menina.
Uma vida de superação com a arte
A
relação de Renatinho com a pintura começou cedo. Aos 12 anos, aprendeu
técnicas de desenho apenas observando os irmãos mais velhos pintarem.
“Por ter déficit de atenção, em vez de estudar, fazia desenhos em sala
de aula”, lembra.
A
relação com o pai, que tinha envolvimento com o tráfico, não era das
melhores. O desenho foi a única forma que encontrou de “passar por cima
das dificuldades”, recorda Renatinho, que já chegou a dar aula para
crianças e a participar de um grupo de grafiteiros no Complexo do
Alemão. “Renato é uma das pessoas mais maravilhosas que a gente pode ter
como amigo. Era uma pessoa que tinha tudo para dar errado, mas deu
muito certo”, diz a técnica de enfermagem Izonita Mota, de 52 anos, que é
madrinha do rapaz.
Trabalho até durante as folgas
Renatinho
desenhou e coloriu todos os desenhos em seus dias de folga: “Eu chegava
ao hospital às 7h e terminava às 22h. Só parava para almoçar”. Para
Simone dos Santos Ramos, 33 anos, que trabalha como servente no
hospital, os desenhos do maqueiro animam as crianças: “Por ser um lugar
triste, os desenhos fazem com que elas se sintam melhor em estar aqui”.
Seus
desenhos podem ser vistos na página “RPS Artes”, no Facebook. Apesar do
talento, Renatinho não vê o desenho como uma profissão. “Não tenho o
desenho como forma de ganhar dinheiro, o desenho, para mim, é um
tratamento psicológico”, ressalta. No ano passado, ele concluiu o Ensino
Médio e atualmente está fazendo curso de técnico de enfermagem,
custeado pelas enfermeiras do Hospital Miguel Couto e por uma senhora
para quem trabalha como cuidador.
Maqueiro muda o astral da ala de Pediatria de hospital com pinturas nas paredes
Renato
Pereira da Silva é maqueiro no Hospital Municipal Miguel Couto, na Rua
Mario Ribeiro, na Gavea, zona sul do Rio. Renato pinta as enfermarias e
os corredores do hospital com o intuito de tornar o ambiente mais agradável para os pacientes, iniciativa nobre e colorida
Hospitais
costumam ser lugares sem muitas cores nem alegria para a maioria das
pessoas que os frequenta. Mas o clima na ala de Pediatria do Hospital
Municipal Miguel Couto, na Gávea, ganhou um ar bem diferente desde maio.
Com o intuito de tornar o ambiente mais agradável para os pacientes, um
funcionário da unidade de saúde teve uma iniciativa nobre e colorida: o
maqueiro Renato Pereira da Silva, o Renatinho, como é chamado
carinhosamente pelos colegas do hospital, decidiu desenhar personagens
infantis nas paredes de corredores e quartos.
Renatinho,
de 37 anos, trabalha como maqueiro no hospital há 16. Desde que começou
no Miguel Couto, tinha vontade de pintar o setor de Pediatria, porque
achava o ambiente triste e sem cor. Ele conta que em 2008, quando houve
uma mudança de administração do hospital, foram retirados todos os
quadros dos corredores, o que deixou o lugar ainda mais sem referências
alegres. Agora, o maqueiro pediu permissão à enfermaria e ao diretor do
hospital e botou mãos à obra.
“A
minha intenção é deixar um ambiente mais leve e alegre para as crianças
que estão sendo tratadas”, conta o artista. Animadas com a ideia, as
enfermeiras arrecadaram o dinheiro para a compra das tintas. Renatinho
fez apenas um pedido: que fosse comprado o produto sem cheiro para não
afetar o estado de saúde das crianças.
O
maqueiro-artista pensou em tudo. Como os quartos da Pediatria são
divididos pela idade dos pacientes, ele fez desenhos que se adequam
melhor a cada faixa etária. Para os meninos, desenhou super-heróis
famosos entre as crianças, como Thor e Capitão América.
Para as crianças em idade de alfabetização, desenhou uma parede inteira com as letras do alfabeto. As princesas Frozen e Tiana são duas das personagens que colorem as paredes do quarto das meninas. E ele já recebe até encomendas, como a de Isabella Barbosa, de 6 anos. “Agora, eu quero que ele faça a Bela e a Cinderela”, pediu a menina.
Uma vida de superação com a arte
A
relação de Renatinho com a pintura começou cedo. Aos 12 anos, aprendeu
técnicas de desenho apenas observando os irmãos mais velhos pintarem.
“Por ter déficit de atenção, em vez de estudar, fazia desenhos em sala
de aula”, lembra.
A
relação com o pai, que tinha envolvimento com o tráfico, não era das
melhores. O desenho foi a única forma que encontrou de “passar por cima
das dificuldades”, recorda Renatinho, que já chegou a dar aula para
crianças e a participar de um grupo de grafiteiros no Complexo do
Alemão. “Renato é uma das pessoas mais maravilhosas que a gente pode ter
como amigo. Era uma pessoa que tinha tudo para dar errado, mas deu
muito certo”, diz a técnica de enfermagem Izonita Mota, de 52 anos, que é
madrinha do rapaz.
Trabalho até durante as folgas
Renatinho
desenhou e coloriu todos os desenhos em seus dias de folga: “Eu chegava
ao hospital às 7h e terminava às 22h. Só parava para almoçar”. Para
Simone dos Santos Ramos, 33 anos, que trabalha como servente no
hospital, os desenhos do maqueiro animam as crianças: “Por ser um lugar
triste, os desenhos fazem com que elas se sintam melhor em estar aqui”.
Seus
desenhos podem ser vistos na página “RPS Artes”, no Facebook. Apesar do
talento, Renatinho não vê o desenho como uma profissão. “Não tenho o
desenho como forma de ganhar dinheiro, o desenho, para mim, é um
tratamento psicológico”, ressalta. No ano passado, ele concluiu o Ensino
Médio e atualmente está fazendo curso de técnico de enfermagem,
custeado pelas enfermeiras do Hospital Miguel Couto e por uma senhora
para quem trabalha como cuidador.
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