TEMA: PALAVRÃO – OBSCENIDADE OU CONTEÚDO ESCOLAR?
APRESENTAÇÃO
O uso de palavrões por alunos em nossa escola é um fato comum, o que nos alerta
sobre a necessidade de fazer um estudo sobre os aspectos psíquicos e sociais
que estão relacionados ao emprego do palavrão. Entendemos que o desafio não se
trata apenas de trabalhar o significado das palavras. É necessário vencer o
constrangimento e o preconceito ao discutir esse assunto, pois só assim as
informações linguísticas e sociolinguísticas terão uma compreensão mais
profunda e diferenciada.
O uso de palavrões nunca foi tão intenso e
frenético como nos dias de hoje. Todavia, sabemos que seu emprego não é
recente, há vocábulos que são conhecidos e usados há muito tempo, apenas o seu
estudo de forma sistematizada que é recente. Esses estudos caracterizam o
palavrão sob diferentes óticas, como sua semântica e etnologia, por exemplo. O
palavrão por si só não basta para configurar a agressão verbal. Fatores como
intencionalidade do ato de fala, entonação do enunciado proferido pelo falante,
reação e interpretação do ouvinte são importantes para a identificação do
palavrão.
O palavrão é um fenômeno de linguagem revestido de tabu.
Embora pertença à categoria gíria, desta se distingue porque tem caráter
ofensivo, chulo, obsceno, agressivo e imoral. São formas inadequadas para a
norma culta e mais comumente presentes na linguagem oral popular e coloquial.
Os palavrões são classificados em três categorias:
1. Pessoal: insulto com o objetivo de agredir o outro;
2. Ritual: insulto sem intenção de magoar o outro, mas com o
propósito de chamar atenção para a pessoa e não para o significado do palavrão;
3. Solidário: insulto que marca proximidade entre indivíduos,
tendo em vista que as expressões faciais e os gestos tanto do locutor quanto do
receptor não deixam transparecer tenção durante o diálogo.
Embora a evolução da linguagem indique que o
palavrão está sendo utilizado com mais permissividade em certos espaços
sociais, ele ainda não é aceito e providências são tomadas para conter o seu
uso. Ainda que se trate de textos ou obras escritas para adolescentes, os
vocábulos vulgares são evitados, mantendo certa flexibilidade em relação a
palavrões menos agressivo ou imoral. Os palavrões impossibilitam uma boa
comunicação e enfraquece a capacidade argumentativa. Cabe à escola propiciar
aos jovens um espaço para reflexão lingüística e prepará-los para momentos em
que não poderão se comunicar de forma vulgar.
Podemos levantar algumas hipóteses sobre o que os
professores sentem em relação ao palavrão em sala de aula, considerando que os
vocábulos são chulos, obscenos e tabus.
1. Não se sentem confortáveis em tratar do palavrão na sala de
aula;
2. Ignoram a presença do palavrão na sala de aula;
3. Não dão explicações sobre palavrão quando os alunos as
solicitam;
4. Não reconhecem o palavrão como parte da língua;
5. Sentem-se impotentes diante do uso do palavrão em contextos
onde não cabe a linguagem vulgar;
6. Sentem medo se abordar assuntos que geram polêmica.
Entendemos que a atuação dos professores para a solução de
problemas em relação aos palavrões na escola é fundamental, tendo em vista que
está ligado diretamente ao contexto social do aluno. A presença do palavrão na
sala pode ser uma importante ferramenta para discutir os fatores
sociolingüísticos que estão presentes na realidade dos alunos, afetando suas
relações, valores e vivências. A escola tem obrigação de mostrar os outros
caminhos que o aluno tem para se comunicar e os professores não devem se
preocupar somente em abolir os palavrões, mas também incentivar a prática da
norma culta, que ele irá utilizar no mercado de trabalho. Os alunos devem estar
preparados para enfrentar esses desafios. Por mais que a escola acolha a
linguagem que os educandos trazem de outros ambientes, ela é um ambiente
educativo.
OBJETIVOS GERAIS:
* Discutir o sentido ético da convivência humana nas suas
relações com as várias dimensões da vida social;
* Compreender a importância da linguagem sem ofensas e
insultos nas relações sociais;
* Adotar atitudes que vise resgatar valores como respeito e a
tolerância, bem como valorizar o diálogo, a solidariedade e a justiça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
* Refletir sobre as maleficências dos vocábulos obscenos;
* Relacionar os vocábulos aos seus significados de acordo com
o contexto em que está inserido;
* Reduzir o interesse pelos palavrões;
* Reconhecer os palavrões (insulto) como um tipo de violência
contra as pessoas;
* Reconhecer atos de violência entre adolescentes;
* Reconhecer a importância dos amigos, da esperança, do
sorriso, do perdão, da tolerância e da coragem;
* Expressar idéias, sentimentos, medos, opiniões;
* Construir argumentações;
* Opinar a partir de dados coletados, pesquisas;
* Refletir sobre sua atitude em casa, na escola e em outros
lugares;
* Cooperar com os colegas;
* Valorizar a linguagem;
* Adotar atitudes de valorização das amizades;
* Repudiar o preconceito e toda forma de violência;
METODOLOGIA
1. Primeiro momento: “Tempestades de idéias”
O professor motivará os alunos a apresentar uma definição para o termo
palavrão. As respostas deverão ser escritas no quadro sem a necessidade de
comentá-las
O professor distribuirá entre os alunos um texto que fala sobre o palavrão. Em
seguida, eles deverão confrontar e discutir o texto com as informações escritas
no quadro. O professor poderá pedir aos alunos que procurem no dicionário o
significado das palavras que não entenderem.
Sugestão de textos
a) O que é palavrão?
Uma palavra de baixo calão, popularmente conhecida como palavrão, é um vocábulo
que pertence à categoria de gíria e,
dentro desta, apresenta cunho chulo, ofensivo, rude,
obsceno, agressivo ou imoral sob o ponto-de-vista de algumas religiões ou estilos de
vida. Palavras de baixo calão, ou simplesmente, palavrões, são
formas inadequadas na norma culta da língua portuguesa e geralmente usados de
forma popular e coloquial,
exceto por licença poética.
Do site Wikipédia
b) Palavrões:
por que falamos?
Todos sabem o que são palavrões. Ao contrário das regras gramaticais,
aprendemos palavrões e como usá-los sem precisar estudar e sem qualquer
explicação. Mesmo crianças pequenas sabem que certas palavras são
"feias", embora nem sempre saibam o significado delas. Mas palavrões
não são tão simples como parecem ser. Nossos sentimentos a respeito disso são
contraditórios: falar palavrões é um tabu em quase todas as culturas, mas em
vez de evitá-los, como fazemos com outros tabus, nós os usamos freqüentemente.
A maioria os associa à raiva ou frustração, mas eles são usados por vários
motivos e em diversas situações. Imagine que você não pode se acertar com
determinado oponente mais forte. O que faz, então? Chama um monte de palavrões
antes de apanhar, literalmente muitas vezes! Xingar também satisfaz diversos
objetivos em interações sociais. Além disso, seu cérebro lida com palavrões de
forma diferente das outras palavras.
Daladier Lima
2. Segundo Momento:
O professor escreverá no quadro a palavra PALAVRÃO. Será distribuído aos alunos
um pedaço de papel para que escrevam uma frase cujo tema é: “O que eu penso
sobre o palavrão.” Todas as frases serão coladas em uma cartolina.
Nesta etapa, o professor deve conceituar palavrão e abordar temas como
posturas, crenças, valores e tabus a ele associados. As categorias do palavrão
(pessoal, insulto e solidário) também devem ser abordadas. Deve-se estar
atentos para as eventuais dúvidas ou curiosidades.
3. Terceiro Momento: Coleta de dados
O professor entregará aos alunos um questionário de múltipla escolha.O
questionário será elaborado de forma que o aluno reflita sobre como os
palavrões o afetam individualmente e coletivamente.
Questionário 1: Grau de incidência do palavrão.
No seu dia a dia você escuta palavrões:
a) A todo instante
b) Com certa freqüência
c) Raramente
d) Nunca
Questionário 2: Local de maior incidência do palavrão.
O lugar em que você mais escuta palavrões é:
a) Na rua
b) Em casa
c) Na escola
d) Em casa de conhecidos
Questionário 3: Constatação da função do palavrão.
Geralmente o palavrão que você mais escuta é dito:
a) Por uma pessoa que xinga a si mesmo
b) Por alguém que xinga outra pessoa
c) Por alguém que xinga objetos e coisas que o cerca
Questionário 4: Constatação de quem mais pronuncia palavrão.
Quem você mais ouve falar palavrões?
a) Seus pais ou responsáveis
b) Alunos
c) Seus amigos
d) Desconhecidos que andam pelas ruas
Questionário 5: Significado do palavrão
Você já solicitou explicação sobre o significado de algum palavrão?
a) Sim, mas não fui atendido
b) Sim, e fui atendido
c) Não, nunca solicitei.
Após a coleta de informações, o professor criará com os
alunos um gráfico contendo as respostas em forma de porcentagem. Em seguida,
discutirá com os alunos os resultados apresentados, instigando-os para que eles
se expressem sobre o mesmo, expondo suas opiniões e como encaram os dados
obtidos. O gráfico poderá ser colocado ao lado do cartaz com as frases dos
alunos.
4. Quarto Momento: “O Valor do perdão”
O professor conversará com os alunos sobre o perdão, a humildade que devemos
ter em perdoar e pedir perdão. Ressaltar que o perdão é sinal de humildade e
não de humilhação, e só as pessoas humildes são capazes de usar o perdão.
Através da humildade conseguimos trazer para nós os amigos, fazemos as pessoas
estarem perto de nós porque sentem prazer na nossa companhia, da nossa
conversa. Com a humildade aprendemos a ouvir, a falar na hora certa sem
ofender.
O ato de perdoar não está no simples fato de dizer “eu te perdoo”. O perdão é o
esquecimento das ofensas, é não deixar as energias negativas que nos motivavam
a vingança tomarem a nossa consciência induzindo-nos a praticar algo contra o
ofensor. O perdão é, de consciência tranquila, ignorar as falhas da pessoa que
nos ofendeu ou magoou. Todos nós somos imperfeitos e cometemos falhas. Saber
perdoar ou pedir perdão ou desculpas pelos nossos erros nos tornam pessoas mais
preparadas para conviver em harmonia, pois ninguém gosta de relacionar-se com
pessoas arrogantes e que não sabem reconhecer os seus erros.
É importante lembrar que o ódio, a raiva ou a vingança geram conseqüências para
ambos os lados. Quem não sabe pedir perdão viverá num ciclo vicioso, uma vez
que cometerá outras ofensas, que gerarão outras e assim por diante. Quem não
sabe perdoar, esquecer as ofensas, também é prejudicado, porque vai carregar a
mágoa e o rancor dentro de si, trazendo conseqüências à saúde mental, física e
espiritual, inclusive doenças.
Na sala de vídeo, o professor exibirá alguns vídeos que falam sobre o perdão e
o amor ao próximo. Se músicas forem trabalhadas, deve-se distribuir a letra da
música para que os alunos possam ouvir, acompanhar ou até mesmo cantar.
O professor pedirá que os alunos façam uma reflexão sobre seus atos, momentos
em que ofenderam colegas e amigos através de palavrões, agressões físicas ou
verbais. Cada aluno escreverá um bilhete com pedido de desculpas ou
reconciliação a alguma pessoa com a qual se desentendeu. Pode ser alguém da
turma, de outra sala, um professor ou funcionário da escola. Junto ao bilhete
será anexado um bombom. A resposta do destinatário não deverá ser por escrito e
sim, através de um abraço ou aperto de mão, num momento de confraternização para
finalizar este quarto momento.
5. Quinto Momento:
O professor motivará os alunos a montar uma dramatização que retrate o que
aprenderam sobre o projeto. Os alunos deverão montar com a orientação do
professor o roteiro da dramatização, a fala de cada componente e o cenário da
apresentação. Este momento terá duas etapas: a elaboração do roteiro e a
apresentação da peça, por isso, será o momento mais demorado, mas que poderá
ser mais prazeroso que os outros. Para a apresentação, serão elaborados
convites à equipe administrativa e pedagógica, professores e alunos de outras
turmas.
AVALIAÇÃO:
A avaliação deve ser ampla, contínua e coerente com os objetivos propostos nas
aulas. Ela abrange muito mais que “medir”. É a percepção do aluno em todos os
seus aspectos, tais como, desenvolvimento de atitudes, aquisição de conceitos e
domínio de procedimentos.
CONCLUSÃO
Se o estudo do palavrão é considerado pelos
sócios-lingüistas como um trabalho de difícil realização, para os professores,
o palavrão como conteúdo escolar não poderia ser diferente. O tabu e a estreita
relação com a obscenidade fazem do palavrão um conteúdo a ser evitado no ensino
de línguas. O professor que conseguir explicar aos seus alunos a função
lingüística do palavrão é porque tem coragem suficiente para superar
preconceitos e tem condições para convencer pais e outros profissionais da
escola de quão importante é receber orientação para o uso adequado da
linguagem.
Tendo em vista que o projeto tem como prioridade intervir sobre o uso de
palavrões por alunos, será interessante verificar se essa maneira de se
expressar tem sua origem no ambiente familiar. Em outras palavras, será que os
alunos falam palavrões na escola porque eles os ouvem em casa? Por outro lado,
a escola precisa agir e para isso deve contar com todos para frear o uso de
palavrões entre os jovens, uma vez que parte da violência dentro da escola pode
ter sua origem no palavrão, quando pronunciado para ofender o outro. Fazer um
trabalho com os alunos para transformar a sala de aula em espaço livre de
palavrões, poderia ser o início do trabalho de mais cuidado com a linguagem
utilizada na escola.
TEMA: PALAVRÃO – OBSCENIDADE OU CONTEÚDO ESCOLAR?
APRESENTAÇÃO
O uso de palavrões por alunos em nossa escola é um fato comum, o que nos alerta
sobre a necessidade de fazer um estudo sobre os aspectos psíquicos e sociais
que estão relacionados ao emprego do palavrão. Entendemos que o desafio não se
trata apenas de trabalhar o significado das palavras. É necessário vencer o
constrangimento e o preconceito ao discutir esse assunto, pois só assim as
informações linguísticas e sociolinguísticas terão uma compreensão mais
profunda e diferenciada.
O uso de palavrões nunca foi tão intenso e
frenético como nos dias de hoje. Todavia, sabemos que seu emprego não é
recente, há vocábulos que são conhecidos e usados há muito tempo, apenas o seu
estudo de forma sistematizada que é recente. Esses estudos caracterizam o
palavrão sob diferentes óticas, como sua semântica e etnologia, por exemplo. O
palavrão por si só não basta para configurar a agressão verbal. Fatores como
intencionalidade do ato de fala, entonação do enunciado proferido pelo falante,
reação e interpretação do ouvinte são importantes para a identificação do
palavrão.
O palavrão é um fenômeno de linguagem revestido de tabu.
Embora pertença à categoria gíria, desta se distingue porque tem caráter
ofensivo, chulo, obsceno, agressivo e imoral. São formas inadequadas para a
norma culta e mais comumente presentes na linguagem oral popular e coloquial.
Os palavrões são classificados em três categorias:
1. Pessoal: insulto com o objetivo de agredir o outro;
2. Ritual: insulto sem intenção de magoar o outro, mas com o
propósito de chamar atenção para a pessoa e não para o significado do palavrão;
3. Solidário: insulto que marca proximidade entre indivíduos,
tendo em vista que as expressões faciais e os gestos tanto do locutor quanto do
receptor não deixam transparecer tenção durante o diálogo.
Embora a evolução da linguagem indique que o
palavrão está sendo utilizado com mais permissividade em certos espaços
sociais, ele ainda não é aceito e providências são tomadas para conter o seu
uso. Ainda que se trate de textos ou obras escritas para adolescentes, os
vocábulos vulgares são evitados, mantendo certa flexibilidade em relação a
palavrões menos agressivo ou imoral. Os palavrões impossibilitam uma boa
comunicação e enfraquece a capacidade argumentativa. Cabe à escola propiciar
aos jovens um espaço para reflexão lingüística e prepará-los para momentos em
que não poderão se comunicar de forma vulgar.
Podemos levantar algumas hipóteses sobre o que os
professores sentem em relação ao palavrão em sala de aula, considerando que os
vocábulos são chulos, obscenos e tabus.
1. Não se sentem confortáveis em tratar do palavrão na sala de
aula;
2. Ignoram a presença do palavrão na sala de aula;
3. Não dão explicações sobre palavrão quando os alunos as
solicitam;
4. Não reconhecem o palavrão como parte da língua;
5. Sentem-se impotentes diante do uso do palavrão em contextos
onde não cabe a linguagem vulgar;
6. Sentem medo se abordar assuntos que geram polêmica.
Entendemos que a atuação dos professores para a solução de
problemas em relação aos palavrões na escola é fundamental, tendo em vista que
está ligado diretamente ao contexto social do aluno. A presença do palavrão na
sala pode ser uma importante ferramenta para discutir os fatores
sociolingüísticos que estão presentes na realidade dos alunos, afetando suas
relações, valores e vivências. A escola tem obrigação de mostrar os outros
caminhos que o aluno tem para se comunicar e os professores não devem se
preocupar somente em abolir os palavrões, mas também incentivar a prática da
norma culta, que ele irá utilizar no mercado de trabalho. Os alunos devem estar
preparados para enfrentar esses desafios. Por mais que a escola acolha a
linguagem que os educandos trazem de outros ambientes, ela é um ambiente
educativo.
OBJETIVOS GERAIS:
* Discutir o sentido ético da convivência humana nas suas
relações com as várias dimensões da vida social;
* Compreender a importância da linguagem sem ofensas e
insultos nas relações sociais;
* Adotar atitudes que vise resgatar valores como respeito e a
tolerância, bem como valorizar o diálogo, a solidariedade e a justiça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
* Refletir sobre as maleficências dos vocábulos obscenos;
* Relacionar os vocábulos aos seus significados de acordo com
o contexto em que está inserido;
* Reduzir o interesse pelos palavrões;
* Reconhecer os palavrões (insulto) como um tipo de violência
contra as pessoas;
* Reconhecer atos de violência entre adolescentes;
* Reconhecer a importância dos amigos, da esperança, do
sorriso, do perdão, da tolerância e da coragem;
* Expressar idéias, sentimentos, medos, opiniões;
* Construir argumentações;
* Opinar a partir de dados coletados, pesquisas;
* Refletir sobre sua atitude em casa, na escola e em outros
lugares;
* Cooperar com os colegas;
* Valorizar a linguagem;
* Adotar atitudes de valorização das amizades;
* Repudiar o preconceito e toda forma de violência;
METODOLOGIA
1. Primeiro momento: “Tempestades de idéias”
O professor motivará os alunos a apresentar uma definição para o termo
palavrão. As respostas deverão ser escritas no quadro sem a necessidade de
comentá-las
O professor distribuirá entre os alunos um texto que fala sobre o palavrão. Em
seguida, eles deverão confrontar e discutir o texto com as informações escritas
no quadro. O professor poderá pedir aos alunos que procurem no dicionário o
significado das palavras que não entenderem.
Sugestão de textos
a) O que é palavrão?
Uma palavra de baixo calão, popularmente conhecida como palavrão, é um vocábulo
que pertence à categoria de gíria e,
dentro desta, apresenta cunho chulo, ofensivo, rude,
obsceno, agressivo ou imoral sob o ponto-de-vista de algumas religiões ou estilos de
vida. Palavras de baixo calão, ou simplesmente, palavrões, são
formas inadequadas na norma culta da língua portuguesa e geralmente usados de
forma popular e coloquial,
exceto por licença poética.
Do site Wikipédia
b) Palavrões:
por que falamos?
Todos sabem o que são palavrões. Ao contrário das regras gramaticais,
aprendemos palavrões e como usá-los sem precisar estudar e sem qualquer
explicação. Mesmo crianças pequenas sabem que certas palavras são
"feias", embora nem sempre saibam o significado delas. Mas palavrões
não são tão simples como parecem ser. Nossos sentimentos a respeito disso são
contraditórios: falar palavrões é um tabu em quase todas as culturas, mas em
vez de evitá-los, como fazemos com outros tabus, nós os usamos freqüentemente.
A maioria os associa à raiva ou frustração, mas eles são usados por vários
motivos e em diversas situações. Imagine que você não pode se acertar com
determinado oponente mais forte. O que faz, então? Chama um monte de palavrões
antes de apanhar, literalmente muitas vezes! Xingar também satisfaz diversos
objetivos em interações sociais. Além disso, seu cérebro lida com palavrões de
forma diferente das outras palavras.
Daladier Lima
2. Segundo Momento:
O professor escreverá no quadro a palavra PALAVRÃO. Será distribuído aos alunos
um pedaço de papel para que escrevam uma frase cujo tema é: “O que eu penso
sobre o palavrão.” Todas as frases serão coladas em uma cartolina.
Nesta etapa, o professor deve conceituar palavrão e abordar temas como
posturas, crenças, valores e tabus a ele associados. As categorias do palavrão
(pessoal, insulto e solidário) também devem ser abordadas. Deve-se estar
atentos para as eventuais dúvidas ou curiosidades.
3. Terceiro Momento: Coleta de dados
O professor entregará aos alunos um questionário de múltipla escolha.O
questionário será elaborado de forma que o aluno reflita sobre como os
palavrões o afetam individualmente e coletivamente.
Questionário 1: Grau de incidência do palavrão.
No seu dia a dia você escuta palavrões:
a) A todo instante
b) Com certa freqüência
c) Raramente
d) Nunca
Questionário 2: Local de maior incidência do palavrão.
O lugar em que você mais escuta palavrões é:
a) Na rua
b) Em casa
c) Na escola
d) Em casa de conhecidos
Questionário 3: Constatação da função do palavrão.
Geralmente o palavrão que você mais escuta é dito:
a) Por uma pessoa que xinga a si mesmo
b) Por alguém que xinga outra pessoa
c) Por alguém que xinga objetos e coisas que o cerca
Questionário 4: Constatação de quem mais pronuncia palavrão.
Quem você mais ouve falar palavrões?
a) Seus pais ou responsáveis
b) Alunos
c) Seus amigos
d) Desconhecidos que andam pelas ruas
Questionário 5: Significado do palavrão
Você já solicitou explicação sobre o significado de algum palavrão?
a) Sim, mas não fui atendido
b) Sim, e fui atendido
c) Não, nunca solicitei.
Após a coleta de informações, o professor criará com os
alunos um gráfico contendo as respostas em forma de porcentagem. Em seguida,
discutirá com os alunos os resultados apresentados, instigando-os para que eles
se expressem sobre o mesmo, expondo suas opiniões e como encaram os dados
obtidos. O gráfico poderá ser colocado ao lado do cartaz com as frases dos
alunos.
4. Quarto Momento: “O Valor do perdão”
O professor conversará com os alunos sobre o perdão, a humildade que devemos
ter em perdoar e pedir perdão. Ressaltar que o perdão é sinal de humildade e
não de humilhação, e só as pessoas humildes são capazes de usar o perdão.
Através da humildade conseguimos trazer para nós os amigos, fazemos as pessoas
estarem perto de nós porque sentem prazer na nossa companhia, da nossa
conversa. Com a humildade aprendemos a ouvir, a falar na hora certa sem
ofender.
O ato de perdoar não está no simples fato de dizer “eu te perdoo”. O perdão é o
esquecimento das ofensas, é não deixar as energias negativas que nos motivavam
a vingança tomarem a nossa consciência induzindo-nos a praticar algo contra o
ofensor. O perdão é, de consciência tranquila, ignorar as falhas da pessoa que
nos ofendeu ou magoou. Todos nós somos imperfeitos e cometemos falhas. Saber
perdoar ou pedir perdão ou desculpas pelos nossos erros nos tornam pessoas mais
preparadas para conviver em harmonia, pois ninguém gosta de relacionar-se com
pessoas arrogantes e que não sabem reconhecer os seus erros.
É importante lembrar que o ódio, a raiva ou a vingança geram conseqüências para
ambos os lados. Quem não sabe pedir perdão viverá num ciclo vicioso, uma vez
que cometerá outras ofensas, que gerarão outras e assim por diante. Quem não
sabe perdoar, esquecer as ofensas, também é prejudicado, porque vai carregar a
mágoa e o rancor dentro de si, trazendo conseqüências à saúde mental, física e
espiritual, inclusive doenças.
Na sala de vídeo, o professor exibirá alguns vídeos que falam sobre o perdão e
o amor ao próximo. Se músicas forem trabalhadas, deve-se distribuir a letra da
música para que os alunos possam ouvir, acompanhar ou até mesmo cantar.
O professor pedirá que os alunos façam uma reflexão sobre seus atos, momentos
em que ofenderam colegas e amigos através de palavrões, agressões físicas ou
verbais. Cada aluno escreverá um bilhete com pedido de desculpas ou
reconciliação a alguma pessoa com a qual se desentendeu. Pode ser alguém da
turma, de outra sala, um professor ou funcionário da escola. Junto ao bilhete
será anexado um bombom. A resposta do destinatário não deverá ser por escrito e
sim, através de um abraço ou aperto de mão, num momento de confraternização para
finalizar este quarto momento.
5. Quinto Momento:
O professor motivará os alunos a montar uma dramatização que retrate o que
aprenderam sobre o projeto. Os alunos deverão montar com a orientação do
professor o roteiro da dramatização, a fala de cada componente e o cenário da
apresentação. Este momento terá duas etapas: a elaboração do roteiro e a
apresentação da peça, por isso, será o momento mais demorado, mas que poderá
ser mais prazeroso que os outros. Para a apresentação, serão elaborados
convites à equipe administrativa e pedagógica, professores e alunos de outras
turmas.
AVALIAÇÃO:
A avaliação deve ser ampla, contínua e coerente com os objetivos propostos nas
aulas. Ela abrange muito mais que “medir”. É a percepção do aluno em todos os
seus aspectos, tais como, desenvolvimento de atitudes, aquisição de conceitos e
domínio de procedimentos.
CONCLUSÃO
Se o estudo do palavrão é considerado pelos
sócios-lingüistas como um trabalho de difícil realização, para os professores,
o palavrão como conteúdo escolar não poderia ser diferente. O tabu e a estreita
relação com a obscenidade fazem do palavrão um conteúdo a ser evitado no ensino
de línguas. O professor que conseguir explicar aos seus alunos a função
lingüística do palavrão é porque tem coragem suficiente para superar
preconceitos e tem condições para convencer pais e outros profissionais da
escola de quão importante é receber orientação para o uso adequado da
linguagem.
Tendo em vista que o projeto tem como prioridade intervir sobre o uso de
palavrões por alunos, será interessante verificar se essa maneira de se
expressar tem sua origem no ambiente familiar. Em outras palavras, será que os
alunos falam palavrões na escola porque eles os ouvem em casa? Por outro lado,
a escola precisa agir e para isso deve contar com todos para frear o uso de
palavrões entre os jovens, uma vez que parte da violência dentro da escola pode
ter sua origem no palavrão, quando pronunciado para ofender o outro. Fazer um
trabalho com os alunos para transformar a sala de aula em espaço livre de
palavrões, poderia ser o início do trabalho de mais cuidado com a linguagem
utilizada na escola.
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