Os problemas de convivência provocam muitas angústias e tensões. O que fazer e como agir para garantir o bem estar dos integrantes da comunidade escolar?
Precisamos saber em que medida nossas crianças e jovens têm se sentido
respeitados e protegidos na escola, afinal, é isso que determina um
clima favorável de aprendizagem! Está evidente que somente os
professores e os gestores não dão conta de todos os conflitos. Muitos
alunos se sentem sozinhos e desamparados, enquanto outros têm suas
imagens fortalecidas pela impunidade e omissão da escola diante das
intimidações causadas por eles. É preciso, portanto, reconhecer a
convivência como responsabilidade a ser compartilhada por todos.
Por isso, temos trabalhado no processo de formação e implantação de planos de convivência em
algumas instituições, inspirados pela experiência desenvolvida em
escolas espanholas. Desse plano faz parte a elaboração detalhada de como
será o sistema de apoio oferecido pela unidade de ensino quanto às mais
diversas situações enfrentadas pelos estudantes no dia a dia. Nesse
sistema figuram as equipes de ajuda, alunos acompanhantes, alunos tutores, alunos mediadores e cybermentores. Hoje vamos tratar especificamente sobre as equipes de ajuda.
Tal
iniciativa conta com os próprios alunos para a resolução dos conflitos,
por meio de seu envolvimento com a organização da escola e a gerência
dos problemas. Para tanto, são ensinadas e exercitadas habilidades
direcionadas ao apoio a seus colegas nos mais diversos aspectos do
cotidiano. Os estudantes que as compõe são responsáveis por auxiliar os
colegas em situações de conflito e de dificuldade de relacionamento com
os pares e professores. Além disso, são eles que fazem o acolhimento dos
alunos novos e os auxiliam com informações sobre o funcionamento e a
rotina da instituição.
Vejam que o aluno ajudante atua
em uma perspectiva muito diferente daquela comumente presente em nossas
escolas, que é a dessa criança ou desse adolescente auxiliar o
professor durante as aulas, distribuindo material, anotando os nomes dos
colegas que deixaram de cumprir alguma regra etc. Nas equipes de ajuda, ele tem um papel de protagonista na busca para resolução dos problemas de convivência.
Como? Quando? Onde?
Por isso, o perfil desse estudante deve contemplar algumas
características essenciais para as relações respeitosas: ser sensível às
necessidades do próximo, solidário, sociável, confiável, respeitoso,
atencioso, prestativo e ter empatia. A escolha dessa pessoa, portanto,
passa por um processo que envolve a todos. Em cada sala, o professor
responsável pelas questões de convivência – e que também integra o
sistema de apoio da escola – trabalha a diferença entre os conceitos de ajuda e de amigo de
maneira que a turma perceba que nem toda ajuda vem necessariamente de
um amigo e que nem todo amigo é bom ajudante. Depois, o docente promove
atividades que disparam uma eleição baseada nas características
elencadas pela maioria como essenciais para ocupar esse posto – uma
sugestão é pedir às crianças que indiquem a quem elas confiariam um
segredo, descrevendo as qualidades da pessoa que as levaram a fazer essa
opção. Com base nisso, a garotada tenta reconhecer quais seriam os três
colegas a quem confiariam seu voto.
A formação das equipes prescinde ainda de outras etapas. Uma delas é um
encontro com as famílias dos eleitos para explicar o trabalho e pedir a
autorização deles para que possam assumir seu papel. A outra é a formação específica,
que deve ser dada para cada estudante contemplado de maneira a permitir
a eles desenvolver as habilidades de comunicação e de escuta ativa, de
avaliar alternativas e de pensar criticamente.
A ajuda ocorre
durante os intervalos e nas trocas de sala – em casos excepcionais, e
com a permissão do professor, ela também pode acontecer durante a aula.
Os alunos acolhem, escutam e não julgam, mas não resolvem os problemas, o
que fica a cargo dos próprios envolvidos. Também aconselham no caso de
os colegas estarem passando por problemas pessoais. Eles ainda
acompanham os adultos que supervisionam os recreios e agem como
mediadores em algumas ocasiões, como em casos de isolamento, timidez,
falta de comunicação, mal-entendido etc. Quando a ajuda vem de um par as
tensões sempre presentes na relação com a autoridade/adulto são
dissipadas.
Mas atenção! Os alunos ajudantes não são “agentes infiltrados” dos professores para resolver os problemas de indisciplina e nem formam uma elite salvadora de todos os problemas. A ajuda que oferecem é para os seus colegas.
O maior benefício dessa prática é o empoderamento dos mais frágeis e uma
gestão de conflitos orientada para o desenvolvimento da cooperação e,
portanto, da autonomia moral dos alunos.
Os problemas de convivência provocam muitas angústias e tensões. O que fazer e como agir para garantir o bem estar dos integrantes da comunidade escolar?
Precisamos saber em que medida nossas crianças e jovens têm se sentido
respeitados e protegidos na escola, afinal, é isso que determina um
clima favorável de aprendizagem! Está evidente que somente os
professores e os gestores não dão conta de todos os conflitos. Muitos
alunos se sentem sozinhos e desamparados, enquanto outros têm suas
imagens fortalecidas pela impunidade e omissão da escola diante das
intimidações causadas por eles. É preciso, portanto, reconhecer a
convivência como responsabilidade a ser compartilhada por todos.
Por isso, temos trabalhado no processo de formação e implantação de planos de convivência em
algumas instituições, inspirados pela experiência desenvolvida em
escolas espanholas. Desse plano faz parte a elaboração detalhada de como
será o sistema de apoio oferecido pela unidade de ensino quanto às mais
diversas situações enfrentadas pelos estudantes no dia a dia. Nesse
sistema figuram as equipes de ajuda, alunos acompanhantes, alunos tutores, alunos mediadores e cybermentores. Hoje vamos tratar especificamente sobre as equipes de ajuda.
Tal
iniciativa conta com os próprios alunos para a resolução dos conflitos,
por meio de seu envolvimento com a organização da escola e a gerência
dos problemas. Para tanto, são ensinadas e exercitadas habilidades
direcionadas ao apoio a seus colegas nos mais diversos aspectos do
cotidiano. Os estudantes que as compõe são responsáveis por auxiliar os
colegas em situações de conflito e de dificuldade de relacionamento com
os pares e professores. Além disso, são eles que fazem o acolhimento dos
alunos novos e os auxiliam com informações sobre o funcionamento e a
rotina da instituição.
Vejam que o aluno ajudante atua
em uma perspectiva muito diferente daquela comumente presente em nossas
escolas, que é a dessa criança ou desse adolescente auxiliar o
professor durante as aulas, distribuindo material, anotando os nomes dos
colegas que deixaram de cumprir alguma regra etc. Nas equipes de ajuda, ele tem um papel de protagonista na busca para resolução dos problemas de convivência.
Como? Quando? Onde?
Por isso, o perfil desse estudante deve contemplar algumas
características essenciais para as relações respeitosas: ser sensível às
necessidades do próximo, solidário, sociável, confiável, respeitoso,
atencioso, prestativo e ter empatia. A escolha dessa pessoa, portanto,
passa por um processo que envolve a todos. Em cada sala, o professor
responsável pelas questões de convivência – e que também integra o
sistema de apoio da escola – trabalha a diferença entre os conceitos de ajuda e de amigo de
maneira que a turma perceba que nem toda ajuda vem necessariamente de
um amigo e que nem todo amigo é bom ajudante. Depois, o docente promove
atividades que disparam uma eleição baseada nas características
elencadas pela maioria como essenciais para ocupar esse posto – uma
sugestão é pedir às crianças que indiquem a quem elas confiariam um
segredo, descrevendo as qualidades da pessoa que as levaram a fazer essa
opção. Com base nisso, a garotada tenta reconhecer quais seriam os três
colegas a quem confiariam seu voto.
A formação das equipes prescinde ainda de outras etapas. Uma delas é um
encontro com as famílias dos eleitos para explicar o trabalho e pedir a
autorização deles para que possam assumir seu papel. A outra é a formação específica,
que deve ser dada para cada estudante contemplado de maneira a permitir
a eles desenvolver as habilidades de comunicação e de escuta ativa, de
avaliar alternativas e de pensar criticamente.
A ajuda ocorre
durante os intervalos e nas trocas de sala – em casos excepcionais, e
com a permissão do professor, ela também pode acontecer durante a aula.
Os alunos acolhem, escutam e não julgam, mas não resolvem os problemas, o
que fica a cargo dos próprios envolvidos. Também aconselham no caso de
os colegas estarem passando por problemas pessoais. Eles ainda
acompanham os adultos que supervisionam os recreios e agem como
mediadores em algumas ocasiões, como em casos de isolamento, timidez,
falta de comunicação, mal-entendido etc. Quando a ajuda vem de um par as
tensões sempre presentes na relação com a autoridade/adulto são
dissipadas.
Mas atenção! Os alunos ajudantes não são “agentes infiltrados” dos professores para resolver os problemas de indisciplina e nem formam uma elite salvadora de todos os problemas. A ajuda que oferecem é para os seus colegas.
O maior benefício dessa prática é o empoderamento dos mais frágeis e uma
gestão de conflitos orientada para o desenvolvimento da cooperação e,
portanto, da autonomia moral dos alunos.
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